segunda-feira, 25 de março de 2013
Miscigenação
Resultando da aculturação efetuada por um povo colonialista dominante, neste caso o português, a miscigenação designa a fusão dos colonizados com os conquistadores, aplicando-se o termo sobretudo no que se refere ao matrimónio. Esta fusão foi muito diferenciada, de acordo com as especificidades da civilização em questão. Assim, foi comum em África não se dar uma aculturação portuguesa e cristã profunda nas zonas de fortificações e feitorias, sendo que as tribos locais estavam separadas fisicamente dos colonizadores. Por outro lado, verificam-se situações se abuso sobre os autóctones, o que aumentou a resistência à fusão. Paralelamente, foi necessária em determinadas regiões a inserção de portugueses, que agiram como intermediários comerciais entre África e a Europa. A estes intermediários davam-se os nomes de "tangos-maos" ou "lançados", sendo necessário para a sua sobrevivência que se integrassem a um nível muito profundo nas comunidades, nomeadamente por meio de um ou mais matrimónios, de forma a garantirem a sobrevivência e melhor cumprirem a função de que tinham sido incumbidos. Por natureza, eram os marinheiros, os soldados e os mercadores os principais miscigenadores, sobretudo em Angola, onde foi próspero o negócio de escravos com o intuito de os vender no Brasil. Este género de transações tornou-se possível devido às lutas inter-tribais constantes e inaugurou uma nova forma de miscigenação ao colocar dentro de uma propriedade e inclusivamente sob o mesmo teto senhores e escravos. Consequência natural da miscigenação é o surgimento de mestiços mulatos, que chegam a adquirir em certos locais mais direitos que os negros.
Também no Brasil se verificou existir miscigenação pela via esclavagista, apesar de ter havido raros casamentos com filhas de chefes de tribos ameríndias. Os mestiços resultantes destas uniões tomaram o nome de "mamelucos".
Na Índia a situação revelou-se diferente (a não ser no Norte, onde que surgiram os prestigiados "descendentes", pois eram bem vistos os casamentos com portugueses), uma vez que o sistema fechado de castas limitava os casamentos. Contudo, e tal como em Macau, generalizou-se a concubinagem com mulheres de castas e classes inferiores.
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